Os coelhos já se encontram nos locais indicados para a sua decomposição, e já estamos a recolher amostras de vários insectos que têm estado presentes nos diferentes cadáveres . O nosso estudo no campo termina no dia 1 de Novembro.

Locais escolhidos para a colocação dos coelhos

Zona de sombra

(9h00 da manhã)
Este foi o local que escolhemos como sendo a zona de sombra. Aqui foram colocados dois coelhos. Um contendo escoriaçoes e outro sem. Mais à frente iremos colocar as fotos correspondentes a esse dia.

Zona de Luz

(9h00 da manhã)
Esta foi a zona de luz que delimitámos para colocar os restantes dois coelhos e com as mesmas variáveis que os da zona de sombra (um com escoriações e outro sem).

Obs: Para não deduzir em erro colocámos a hora em que as fotografias foram tiradas, pois não é possível distinguir bem as duas zonas apenas pela observação das imagens.

Oryctolagus cuniculus
Neste mamífero é possível eliminar alguns factores externos que poderiam ter influência no tipo de insectos que apareceriam no decorrer da decomposição; factores como por exemplo o consumo de drogas. As variáveis que iremos estudar neste processo são:

1. Com ou sem orifícios. Sabemos que quando um ser vivo morre,se este não possuir orifícios provocados como por exemplo, escoriações, os insectos que promovem a decomposição irão penetrar no cadáver através dos seus orifícios naturais como a boca, olhos, nariz e ânus (mucosas). Se existirem então esses orifícios provocados,encontraremos os insectos em maior quantidade nestas zonas.
2. À sombra ou à luz solar. Iremos observar se a desidratação promove ou atrasa a acção decompositora dos insectos.
3. O ideal seria também, paralelamente ao nosso estudo, identificar algum insecto endémico da nossa região (Açores)
   
   Sílvio Marcos
   
   
   

1º Etapa concluida

Por fim terminámos a primeira etapa. Já escolhemos e sinalizámos os locais onde serão colocados os coelhos, já fizemos uma vasta pesquisa sobre este tema para que pudessemos compreender melhor como funciona todo este mecanismo de decomposição,elaborámos um conjunto de questões com as dúvidas mais importantes que nos foram surgindo ao longo de todas as pesquisas feitas sobre este tema e enviámos à doutora Patrícia Garcia (Entomóloga da Universidade dos Açores). Elaborámos um protocolo de procedimento local e de recolha de insectos e requisitamos todo o material necessário para que possamos então proseguir com o projecto.
Resta-nos então esperar para poder dar início à segunda fase.

JB

História da Entomologia

A primeira aplicação da entomologia surgiu em 1235, na China, e foi publicada no livro “The washing away of wrongs” , por Sung Tzu. Este descreveu um caso de um homicídio causado por um objecto cortante que foi descoberto através de moscas que sobrevoavam uma foice ensanguentada perto do local do crime, possivelmente atraídas pelo cheiro.
Em 1894 esta ciência foi então mundialmente conhecida por publicação de outro livro “La faune des cadavres”, escrita por Mégnin. Toda a informação que este livro contém acerca de estudos sobre insectos presentes em cadáveres e seu processo de decomposição são ainda hoje utilizados.

Ciência forense e a tecnologia

Hoje em dia a tecnologia encontra-se à disposição da justiça na medida em que serve de auxílio na investigação de crimes. Através de equipamentos precisos e de mão-de-obra técnica especializada os peritos podem obter dados que apontem para um suposto criminoso.

Insectos?! Sim ou Não?

A maioria das pessoas vê de forma negativa tudo o que diz respeito aos insectos e concerteza que para muitos o melhor era mesmo que nem existissem. Quando alguém se depara com algum insecto o seu instinto é matá-lo, mas , por ironia ou não, estes seres vivos têm uma enorme importância na morte de seres humanos. São eles que dão informações essencias para que os investigadores tenham mais dados, podendo então assim chegar ao culpado ou desmentir falsos álibis. Serão então os insectos tão indespensáveis?! Se calhar até não ...

JB.

Síntese do projecto

Ao longo do ano lectivo iremos estudar o processo de decomposição entomológica de quatro coelhos em meio natural e sujeitos a diferentes variáveis. Dois em zonas de sombra (um com cortes e outro sem) e outros dois em zonas de sol (um com cortes e outro sem), e iremos estudar os diferentes processos de decomposição em diferentes estações do ano, para assim compreender melhor quais os insectos envolvidos na decomposição dos seres vivos e em que estações do ano cada espécie esta presente. Desta forma, pretendemos adquirir mais conhecimentos sobre esta área da ciência e de certa forma tentar encontrar dados novos que ajudem a comunidade cientifica e investigação criminal.

Quais as diferentes áreas que subdividem a ciência forense?

» Criminologia: Examina e estuda em laboratório todos as provas recolhidas no local do crime, de forma a fornecer dados suficientes para indicar supostos criminosos e responder a diversas questões relacionadas. São exemplos destas provas as impressões digitais, marcas balísticas, resíduos, etc.

» Antropologia: Estudo do esqueleto da vítima quando é impossível o seu reconhecimento. Nesta situação, em que o corpo se encontra bastante decomposto, os peritos ajudam a identificação do cadáver através da sua altura, sexo, a idade que tinha quando morreu, quanto tempo decorreu após a sua morte, doenças, lesões traumáticas para determinar a causa de morte, etc.

» Odontologia: Ciência que através da análise da dentição de um cadáver pode afirmar se a vítima era criança, ou adulta e a posterior identificação da mesma (em alguns casos). Além disso, esta área é muito importante no caso de abusos sexuais ou agressões, na medida que se pode comparar marcas de carácter dentário deixadas na vítima com a dentição do possível agressor.

» Entomologia: Consiste no estudo de todos os seres vivos com propósitos forenses, tais como os insectos, crustáceos, aracnídeos, miriápodes, entre outros. Estes ao serem analisados darão informações acerca da data do crime (através de uma estimativa do tempo decorrido, também conhecido como intervalo Após-Morte, baseado do desenvolvimento do ovo ou larva encontrado no cadáver) e local (através do conhecimento da fauna na região encontrada), assim como em que tipo de clima e estação do ano a vítima morreu.

» Psicologia: Tem o papel importantíssimo de determinar o motivo pelo qual o criminoso cometeu o crime, não estando desta forma directamente relacionado com a descoberta do assassino. Ao estudar o comportamento do suspeito, a existência ou não de doenças mentais, o tribunal determinará a inocência ou culpa do sujeito, sendo por isso em muitos casos a psicologia forense decisiva.

» Patologia: Esta área dedica-se àdescoberta da verdadeira causa de morte através de autópsias realizadas por médicos especializados em patologia anatómica e forense. Para além de saber o que provocou a morte, o médico patologista investiga também sobre o que foi utilizado como arma de crime. Ex: faca, balas, materiais pesados, etc.